Dez Técnicas Básicas do Taekwondo


– KIHAP

O kihap (grito), no Taekwondo, preenche várias finalidades. Basicamente, tanto se destina a intimidar o adversário, como o auto-sugestionar o lutador, aumentando a confiança em si. Não é por outro motivo que as feras, ao atacar as suas presas, lançam os seus rugidos característicos, com o intuito de paralisá-las. Por outro lado, independentemente do fator psicológico, existem fatores físicos no grito. Ao gritarmos, contraímos os músculos do tórax e do abdômen, aumentando, não só a nossa força, como a nossa resistência ao contra-ataque do adversário. Há, ainda, uma finalidade mística ou espiritual no grito. Ele representa um apelo ao Espírito Universal para que conceda força espiritual ao lutador.

– PERCEPÇÃO VISUAL

É essencial que o praticante treine a sua vista, praticando, sob quaisquer condições, o ataque e a defesa, mantendo a visão de todos os movimentos do adversário. A percepção visual deverá ser não só dirigida (“olhar de frente “), como periférica(“visão lateral”), para a possibilidade de ataques vindos de qualquer direção. Geralmente, neste ponto, os coreanos incluem um sexto sentido que prevê ataques pelas costas. É comum termos, por exemplo, a sensação de que alguém nos está olhando. Com o treinamento intensivo, é possível aumentar está percepção. Em resumo, a atenção é fundamental. Um piscar de olhos pode significar a diferença entre a vitória e a derrota.

– MOVIMENTO E EQUILÍBRIO

Todo e qualquer movimento, seja de ataque ou de defesa, deverá ser executado mantendo,
tanto quanto possível, o equilíbrio do corpo. Seja no Taekwondo ou no Judô, o lutador deverá, não só manter o seu equilíbrio, como provocar o desequilíbrio do adversário. O adversário desequilibrado toma-se mais sensível aos efeitos de um ataque poderoso e concentrado. É evidente, por outro lado, que a nossa resistência será máxima se estivermos em correta postura, com perfeito equilíbrio. É, também, fundamental a manutenção do equilíbrio do corpo, durante a movimentação, seja avançando, seja recuando.

– CONTROLE DE POSTURA DO CORPO

A cobra antes de dar o bote, encolhe o corpo para melhor projetá-lo. Os mestres antigos,
observando esta característica animal, procuraram adaptá-Ia ao ser humano. Desta maneira, criou-se o controle de postura do Taekwondo. Todo ataque ou defesa é feito de forma a flexionar e projetar o corpo, conseguindo, assim, o aproveitamento total da técnica. Exemplificando: se o adversário nos ataca com uma rasteira, procurando nos derrubar ou atingir nossas pernas, é recomendável saltar, flexionando os joelhos para o peito e, em seguida, descer com um pontapé sobre o adversário. Inversamente, se o ataque inimigo vem sob a forma de um pontapé voador, abaixamos o colpo e subimos, num contra-ataque, de baixo para cima, com o punho. Há uma tendência natural, também,
para retrairmos o tronco e arremessar nosso corpo de volta, à semelhança de uma cobra, contra o inimigo.

– CONTROLE DE FORÇA

Devemos escolher as nossas armas. Há casos em que é aconselhável o uso de um canhão e
outros em que uma pequena pistola resolverá satisfatoriamente o nosso problema. Do mesmo modo, devemos saber quando a nossa força deverá ser utilizada em potência máxima ou sob controle. Um ataque ao estômago, via de regra deve ser forte, enquanto um golpe endereçado ao plexo solar ou à têmpora não necessita de excessiva potência. A distinção se torna ainda mais patente no que diz respeito às defesas. As defesas “duras” (tipo KARATÊ) se destinam, fundamentalmente, a afastar o ataque inimigo, enquanto que as defesas “moles” (tipo KUNG FU) são mais indicadas a segurar o adversário e mantê-lo próximo, de modo a facilitar um contra ataque.
Resumindo, uma defesa efetuada com força, tende a desequilibrar e afastar o adversário,
enquanto que a defesa suave destina-se, meramente, a defender o ataque sem, contudo, fazer com que o adversário se afaste.

– CONTROLE DE VELOCIDADE DA TÉCNICA

O praticante deve saber, não somente quando aplicar a força como os limites de velocidade
ou lentidão a usar na técnica. Alguns movimentos de ataque ou defesa devem ser executados com velocidade, enquanto que outros devem ser necessariamente lentos. O TAI CHI CHUAN, por exemplo, tem movimentos lentos enquanto que o KARATÊ se caracteriza em geral, por movimentos rápidos. Contudo, através do treinamento contínuo, o aluno deve superar a crença errônea de que todos os movimentos devem ser ligeiros. O TAEKWONDOIN (praticante) bem treinado chega ao ponto de tranqüilidade e segurança em que tem a impressão que o seu adversário se move lentamente.
Ao sofrermos um ataque, devemos nos lembrar que, por mais rápido que ele seja, terá
forçosamente uma distância a percorrer. Assim, em alguns casos, não há pressa, bastando um movimento lento, suave e cortês, como uma saudação para deter o braço ou a pema do adversário, impedindo que eles nos atinjam. Acontece ainda, que ao sermos atacados, nos desviamos, através de uma esquiva, do ataque do adversário. Neste caso, igualmente, não há necessidade de velocidade em defender o golpe que, de qualquer maneira, não mais nos atingirá.

– CONSCIENTIZAÇÃO DA TÉCNICA

Nenhuma técnica terá o seu valor total se não a conscientizamos, através do treino e da
observação. Não basta automatizá-la. O aluno não deve, porém, se apressar em conseguir resultados imediatos ou em curto prazo. Somente a repetição e o tempo farão com que as nossas armas, o pé e a mão, fiquem suficientemente aguçados, de forma a nos serem útil. É necessário, também, que compreendamos perfeitamente o porquê da técnica. Um revolver, nas mãos de uma pessoa ignorante do seu uso, é pior que nada.

– NOÇÃO DE DISTÂNCIA

O cérebro é um computador de alta precisão. É preciso que o aluno cultive a calma
espiritual, de modo que ao ser atacado possa incontinente, avaliar corretamente a sua situação. É comum que, mal atacados, pulemos para longe, à semelhança de um animal assustado. O homem de calma espiritual, ao ser atacado, é capaz de avaliar, em frações de segundo, se o adversário está perto ou longe, se tem ou não condições de o atingir, se deverá avançar ao seu encontro ou se será necessário recuar. Nesse último caso, também, deverá avaliar se bastará afastar a cabeça, se deverá esquivar o tronco ou se será de bom alvitre recuar com o corpo todo. Devemos ter a noção total da distância, seja para atacar, seja para defender.

– CONTROLE DE RESPIRAÇÃO

Há um ditado oriental que diz: “Ninguém canta louvores ao fôlego; no entanto, sem ele de
nada adiantam as técnicas”. Será inútil aprendermos mil golpes diferentes, se, com pouco tempo de luta, já estamos cansados. É preciso, primeiro, cultivarmos a resistência física. Conseguindo-a, tudo o mais se torna fácil. Há também outra razão: a força máxima, nas lutas, vem da mente e do espírito. Para adestrarmos o nosso espírito, no entanto, partimos do treinamento físico. Uma das maneiras usadas para despertar a potência do espírito é a técnica correta da respiração. A respiração emitida ou contida no momento exato aumenta tremendamente o poder da nossa técnica. É por isto que, prendemos a respiração no momento em quo completamos algumas técnicas e soltamos a respiração em outros instantes. A força desenvolvida através da respiração se concentra na região denominada “TANJON”, que é um pequeno ponto localizado cerca de dois dedos abaixo do umbigo.

– APRIMORAMENTO DE PÉ E MÃO

Aquele que só desenvolve uma técnica é semelhante a um aleijado. Mesmo que sintamos
maior facilidade para usar as técnicas de pé do que as de mão, devemos nos esforçar por
desenvolvê-las igualmente. Aprimorar pé e mão, auto-disciplinar-se e crescer, moral, física e espiritualmente, são os objetivos finais do TAEKWONDO.

 

 

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